Avaliar uma empresa (especificamente fazer o valuation dela) geralmente é um assunto relativamente genérico, onde grande parte destas fontes somente cita a avaliação econômica de empresas negociadas na bolsa de valores. Mas se você deseja aprender como calcular o valor de uma média empresa, este artigo irá revelar algumas informações importantes que provavelmente você não vai encontrar em outro lugar.
Iremos citar os dois métodos mais utilizados para o valuation de médias empresas, quais suas vantagens e também desvantagens. E ainda daremos uma poderosa dica que provavelmente facilitará muito a sua vida, pois provavelmente você possui um negócio.
E quando falamos em valuation, quanto melhor e mais coerente foi feito o processo, mais poder você terá em termos de conhecimento.
Boa leitura!
Valuation de médias empresas
Existem muitas maneiras de se avaliar um negócio.
Mas é importante que você saiba que não existe o melhor método. Também não existe um valuation (mesmo feito por um especialista) que seja isento de erros, ou melhor: que não possa ser criticado por outros experts.
Podemos detalhar isso: existe um grande fator subjetivo nos modelos de valuation. E um processo feito por um especialista em valuation nada mais é do que a opinião deste profissional representada através de um documento. E neste documento é possível analisar como ele(a) chegou em tal conclusão.
O foco deste artigo é apresentar os dois métodos mais usados na avaliação econômica de médias empresas, seus pontos positivos e suas limitações.
Observe que não abordaremos o método contábil, pois no caso das PMEs, este raramente é usado em alguma negociação. Uma das razões para tal é que somente os ativos tangíveis são contabilizados nos documentos contábeis, e os intangíveis, quando levados em consideração, só são demonstrados através do método do custo, que ignora completamente o potencial de crescimento destes ativos. E isso quer dizer que, mesmo que eles constem nos balanços, não terá nenhuma ligação com a realidade em termos de valor.
E quais são os métodos de valuation aplicados a médias empresas?
É uma tarefa fácil explicar para uma pessoa a importância de fazer uma avaliação econômico-financeira de uma empresa. O difícil realmente é saber calcular o valor do negócio na vida real. Um dos motivos disso é justamente o fator subjetivo do processo de valuation.
Dois métodos são muito utilizados por consultores e analistas na hora de avaliar um negócio de médio porte. E observe que, para utilizar estes métodos, é importante que:
- A empresa sendo avaliada seja pelo menos economicamente viável (ou seja, não gera prejuízos);
- Após o processo de valuation, a empresa continuará operando (chamado comumente no ramo como “avaliação em marcha”.
Isso se deve ao fato caso a empresa não fosse lucrativa (ou não se tornasse lucrativa no curto ou médio prazo) ou a sociedade optaria pela baixa da mesma, a empresa não teria valor futuro e seus ativos seriam liquidados para o eventual pagamento de todos os passivos.
Agora vamos falar dos métodos:
Método 1: fluxo de caixa descontado (FCD)
Nesta metodologia de avaliação, o fluxo de caixa descontado (discounted cash flow no termo original), seu objetivo é valorar um ativo levando em consideração três variáveis principais:
- geração de fluxo de caixa;
- potencial de crescimento;
- risco.
O propósito deste método é analisar, e quantificar em termos de valor econômico, quanto uma empresa pode (potencial) trazer retorno a sociedade e outros provedores de capital.
“O valor intrínseco de um ativo é determinado pelos fluxos de caixa que você espera que esse ativo gere ao longo de sua vida e pela incerteza que você sente sobre esses fluxos de caixa.” Aswath Damodaran
O fluxo de caixa descontado é a metodologia de valuation mais usada pelos avaliadores iniciantes que querem começar no mundo do valuation. Mas também bastante utilizado pelos acadêmicos especializados no assunto. Além de ser o padrão de muitas consultorias (como KPMG, Deloitte e PwC) e assessorias no mundo empresarial.
Essa popularidade é facilmente explicada pelo fato de o DCF ser a metodologia que melhor pode traduzir fatores subjetivos em elementos objetivos, ou seja, números. Melhor dizendo, porque a metodologia considera a capacidade da empresa de gerar retorno financeiro, ela é capaz de converter elementos não objetivos como força da marca, base de clientes, tradição, competência gerencial e patrimônio em fatores numéricos, desde que o valuation tenha sido elaborado com profissionalismo e sem nenhum tipo de viés.
Você sabe por que esse é o método mais utilizado na venda de uma média empresa?
Porque faz muito mais sentido falar no potencial econômico do ativo (neste caso a empresa que está sendo negociada) usando dados como: crescimento futuro (quanto seu faturamento e lucro podem aumentar), capacidade da empresa em gerar retorno financeiro aos sócios e investidores. E claro, como não poderia faltar, o risco.
Vantagens do Fluxo de Caixa Descontado
- Quando utilizado da maneira certa e feito sem viés, é o melhor método na opinião de muitos especialistas. É possível capturar muitos elementos, detalhes e parâmetros e incluí-los na avaliação;
- Calcula o valor intrínseco da empresa;
- Possibilidade de projeções de cenários diferentes e análise de sensibilidade;
- É baseado em quanto a empresa avaliada pode trazer resultados para os sócios e investidores, assim é possível calcular o retorno do investimento;
- É possível determinar em termos financeiros quanto os sócios “estão abrindo mão” supostamente de acordo com suas projeções e planejamento estratégico. Se bem construído, pode minimizar futuros arrependimentos;
- O método de valuation mais justo para ambas as partes, desde que todos estejam de acordo sobre como o processo de avaliação utilizando o FCD foi feito;
- Bastante utilizado para analisar fusões e aquisições (M&A);
- É uma ferramenta muito poderosa para calcular o valor de qualquer ativo, desde que este gere fluxo de caixa e seja possível computar o risco;
- E outras vantagens.
Desvantagens do Fluxo de Caixa Descontado
- Está fundamentado totalmente em projeções (se foi mal projetado, o resultado do valuation poderá ser inútil ou sem sentido);
- Muito complexo para iniciantes;
- É difícil estimar fluxos de caixa, crescimento e risco com precisão;
- O resultado é muito sensível a qualquer variável definida pelo avaliador;
- Pode ser manipulado (como outras metodologias);
- Como é complexo, fica extremamente complicado um leigo entender como foi construído de maneira clara.
Método 2: valuation através de múltiplos
Existe uma outra maneira usada ocasionalmente para calcular o valor de PMEs. Este método chama-se múltiplos de mercado, ou avaliação relativa.
Seu funcionamento é simples: ele compara empresas supostamente semelhantes como base para chegar a uma classificação específica de uma empresa.
Resumindo: o método dos múltiplos pega um número conhecido da empresa e cria um indicador de desempenho através deste número.
Não está acompanhando? Tudo bem. Vamos explicar melhor através de um exemplo.
Vamos supor que queremos descobrir o valor de uma média empresa. Uma empresa do setor de serviços, digamos. Por algum motivo, descobrimos que algum concorrente desta empresa foi vendido pelo dobro do seu faturamento anual. (em outras palavras: 2x as receitas anuais).
Para manter este exemplo simples, não nos aprofundaremos quantos múltiplos existem para se chegar no valuation de uma empresa, mas neste caso poderia ser o EV/Sales (enterprise value/sales).
Então, em tese, essa empresa que queremos descobrir o valor, poderia ter um valuation de 2x de suas vendas anuais.
Vantagens deste método
- Simples de utilizar;
- Simples de explicar a metodologia durante uma negociação.
Desvantagens deste método
- É extremamente importante saber como foi construído o múltiplo. Ter certeza se empresas realmente parecidas com a sua foram capturadas neste múltiplo. Caso contrário, esse método não terá serventia nenhuma;
- Muitos analistas e consultores utilizam múltiplos de empresas negociadas na B3(Bolsa de Valores de São Paulo). Será muito difícil você vender sua empresa ou captar investimentos tentando utilizar um múltiplo de faturamento com uma amostra de empresas muito diferentes da sua;
- Ignora fatores subjetivos e importantes como valor da sua marca e etc;
- Muitas vezes é difícil obter dados específicos sobre a amostra e como o múltiplo foi construído;
- Dificilmente você vai conseguir fazer alguém comprar ou investir na sua empresa somente utilizando este método. Muitas vezes (no mundos das PMEs), ele é utilizado como apoio;
- Quase impossível conseguir dados de empresas parecidas com a sua. E quando se consegue, não se tem acesso aos detalhes do contrato, portanto raramente é uma metodologia utilizada na prática;
- Muitas vezes utilizado para manipular resultados.
Uma maneira mais fácil e feita para PMEs (plataforma de Valuation)
A Valutech é uma plataforma digital com foco total em valuation para pequenas e médias empresas. Por uma fração do custo de contratar um especialista, você consegue calcular o valor da sua empresa ou marca sozinho, a qualquer hora do dia e o relatório, que é incrível e muito detalhado, sai na hora.
Várias vantagens em usar nossa ferramenta:
- não é necessário nenhum conhecimento prévio em contabilidade ou valuation;
- seus documentos contábeis não refletem a realidade? não tem problema, utilize seus dados gerenciais, o importante é a avaliação ser precisa;
- único lugar do Brasil onde mantemos um múltiplo compatível com empresas que nem a sua;
- a ferramenta te auxilia nos momentos mais sensíveis do processo de valuation;
- a Valutech computa o risco mais aplicável ao seu negócio de acordo com dados totalmente atualizados;
- são dois métodos de valuation no relatório pelo preço de apenas um;
- ficou com dúvidas? Não tem problema, é só entrar em contato com nossa equipe;
- e muito mais.
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Cofundador Valutech, especialista em valuation e entusiasta em programação.
Certificado em Advanced Valuation (ministrado por Aswath Damodaran) pela New York University (NYU), Certificado em Valuation (Avaliação de Empresas) e Análise de Investimentos pela PUCRS, Certificado em International Business e Business Administration pela Universidade da Califórnia, Irvine (UCI) e Bacharel em Administração de Empresas (Linha de Formação em Tecnologia da Informação), PUCRS.