Exaustão na contabilidade é um termo geralmente mencionado ao lado de amortização e depreciação. Embora todos sejam técnicas contábeis, cada um possui suas próprias características e diferenças.
Quando falamos em exaustão, nos referimos a um conceito que, embora menos discutido, é importante em algumas situações. Para entender melhor o impacto e como aplicar a técnica contábil da exaustão, é necessário entender o que ela significa e como se diferencia dos outros termos correlatos, como a amortização e a depreciação.
Continue lendo para entender mais.
O que é exaustão em termos contábeis?
O conceito de exaustão na contabilidade tem referência à diminuição do valor de recursos naturais ao longo do tempo, à medida que eles são extraídos ou explorados.
Mas para explicar melhor, vamos a um exemplo:
Vamos imaginar uma empresa que possui uma mina de ouro. À medida que o ouro é retirado, a quantidade de ouro disponível na mina diminui, o que, por sua vez, reduz o valor desse ativo no balanço patrimonial da empresa.
Esse processo de redução do valor é o que chamamos de exaustão na contabilidade.
A exaustão é utilizada principalmente para ativos naturais, como minas, poços de petróleo, florestas e outros recursos que se esgotam com o uso. Ao contabilizar a exaustão, a empresa entende e reconhece contabilmente que esses ativos têm uma vida útil limitada e que seu valor vai diminuindo conforme são utilizados.
Esse processo pode ser importante para tentar demonstrar o valor real dos ativos da empresa, garantindo que as demonstrações financeiras sejam mais transparentes.
Qual a diferença entre amortização, depreciação e exaustão?
Podemos dizer basicamente é que todos esses termos são técnicas para reduzir valor de diferentes tipos de ativos ao longo do tempo.
A amortização se aplica a ativos intangíveis, como patentes ou direitos autorais, e reflete a diminuição de seu valor à medida que são utilizados.
A depreciação, por outro lado, refere-se a ativos tangíveis, como máquinas e edifícios, mostrando como o valor desses bens físicos se desgasta ou se torna obsoleto com o uso e o tempo.
A exaustão, por fim, é usada especificamente para recursos naturais, como minas ou florestas, que perdem valor conforme são explorados ou extraídos.
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Impacto da Exaustão no Balanço Patrimonial
A exaustão impacta o balanço patrimonial diretamente. Conforme já falamos acima, quando uma empresa extrai ou explora um recurso natural, o valor desse recurso no balanço patrimonial diminui, refletindo a quantidade de recursos que já foi utilizada. Essa redução de valor, chamada de exaustão, é registrada como uma despesa contábil ao longo do tempo.
A importância do papel da exaustão é fácil de entender: no caso de uma mineradora de ouro, por exemplo, conforme o ouro é extraído da mina, o valor da mina diminui, pois ela passa a conter menos ouro, certo?
Sem a contabilização da exaustão dessa mina de ouro, o balanço patrimonial poderia superestimar os ativos da empresa, levando uma visão que não representa a realidade da empresa, o que pode ser prejudicial de várias formas.
Exemplo prático de exaustão
Vamos aproveitar o exemplo da mineradora de ouro e dar um exemplo mais aprofundado.
Vamos imaginar que essa mina tenha sido inicialmente avaliada em R$ 20 milhões, com uma estimativa total de 200 mil toneladas de ouro disponíveis para extração. A cada ano, a mineradora extrai 20 mil toneladas de ouro.
Para calcular a exaustão anual, utilizamos a seguinte fórmula:
Exaustão anual = (Valor da mina / Quantidade de ouro) x Quantidade Extraída no Ano
Logo, temos:
Exaustão anual = (20.000.000 / 200.000) x 20.000
Exaustão anual = 2.000.000
Conforme vimos, a cada ano, a empresa deve registrar R$ 2 milhões como exaustão no seu balanço patrimonial. Após o primeiro ano de operação, o valor contábil da mina seria reduzido para R$ 18 milhões. Esse processo continua até que a mina seja totalmente explorada, momento em que seu valor contábil seria zero.
Legislação e Normas Contábeis Relacionadas à Exaustão
A contabilização da exaustão é regulada por normas específicas que visam garantir uma padronização nas demonstrações contábeis das empresas que exploram recursos naturais.
No Brasil, a exaustão é tratada principalmente pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), através do CPC 27, que trata do Ativo Imobilizado.
Esse pronunciamento define como os ativos de longa duração, como minas, florestas e poços de petróleo, devem ser registrados e como o valor desses ativos deve ser reduzido ao longo do tempo através da exaustão.
O CPC 27 exige que as empresas reconheçam a exaustão como uma despesa ao longo da vida útil dos ativos naturais, refletindo a redução de seu valor à medida que os recursos são extraídos ou utilizados. Essa norma também orienta sobre como calcular a exaustão, como a escolha do método de alocação (por exemplo, unidades de produção) e a necessidade de revisar periodicamente as estimativas de reservas e vida útil dos ativos.
Além disso, as normas contábeis internacionais, como as IFRS (International Financial Reporting Standards), também influenciam a forma como a exaustão é tratada nas demonstrações financeiras de empresas que operam em mercados globais.
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Conclusão
Conforme vimos, a exaustão na contabilidade é um conceito voltado para empresas que exploram recursos naturais, como minas, poços de petróleo e florestas.
Ela reflete a redução do valor desses ativos à medida que são utilizados, garantindo uma melhor contabilização e redução desse tipo de ativo, o que ajuda a refletir melhor seu valor contábil e evitar distorções nos documentos contábeis.
Cofundador Valutech, especialista em valuation e entusiasta em programação.
Certificado em Advanced Valuation (ministrado por Aswath Damodaran) pela New York University (NYU), Certificado em Valuation (Avaliação de Empresas) e Análise de Investimentos pela PUCRS, Certificado em International Business e Business Administration pela Universidade da Califórnia, Irvine (UCI) e Bacharel em Administração de Empresas (Linha de Formação em Tecnologia da Informação), PUCRS.